Foto SAPO
A inacção e a passividade têm sido posturas habituais, associadas a uma ou outra erupção verbal e exposição mediática, de autarcas e políticos em relação ao projecto Metro Sul do Tejo, dentro de Almada.
Governantes e autarcas, mais estes do que aqueles, dizem-se abertos ao diálogo com os cidadãos ( a designada sociedade civil, como muito gostam de referir, já que quando eleitos passam para outra categoria de “society”). Ouvem, mas não sabem escutar, nem respondem a perguntas, cartas ou exposições que lhes são dirigidas e, quando respondem, não respondem de facto. Deturpam factos e ocorrências.
Governantes e políticos marcam reuniões, mas as mesmas são adiadas “sine die”. Por táctica ninguém questiona ninguém à espera que o tempo passe e naturalmente surja uma "solução" que deixe todos na santa paz de alma.
Prevalece o pacto do silêncio e da ignorância ignorada.
Autarcas não respondem a questões colocadas por políticos, entidades e organismos públicos, considerando-se acima de tudo e de todos.
Organismos governamentais, não lhes ficam atrás e permitem-se omitir e/ou fornecer informações incorrectas.
Os cidadãos, seus “súbditos”, têm tratamento de escravos, prestadores de vassalagem aos auto-intitulados senhores e se preciso for, são tratados abaixo de cão.
Mandadores, não reconhecendo as leis nem a democracia, voam acima das regras de funcionamento desta, desrespeitando o juramento feito quando foram empossados nos cargos e funções para que foram eleitos.
Governantes, autarcas, políticos e alguns convidados parecem dar-se todos muito bem, quando se sentam à mesa do banquete, cujas provisões são contínua e regularmente repostas pelo cidadão contribuinte (sem dar por isso), para tácita e estrategicamente trincharem, elegantemente e com punhos de renda, o “peru”, repartirem delicadamente o “filézinho“ em pedaços, de comum acordo à capacidade digestiva de cada um dos convivas.
Outros acepipes e iguarias, integrarão o cardápio ao gosto e preferências gastronómicas de cada uma das tertúlias democráticas presentes ao banquete.
Nas bebidas não se abusa por causa do balão. Será o quanto baste, porque o metro é só para o povo - o poluidor do ambiente.
Na sobremesa não faltarão o bolchevique “Molotov” e o popular “Pudim Flan”, que ao corte são democraticamente mais flexíveis depois de desenformados, permitindo adoçar um pouco mais a boca a todos e aos que no início do banquete encheram menos a barriga ou que são detentores de estômagos mais exigentes.
No final dão-se vivas à harmonia representativa e elogia-se o civismo e a superior serenidade do povo que não perturba o banquete.
6 comentários:
Generoso e democrático banquete.
Almada em lenta e fatal agonia diante de um quadro desencadeado há anos, agravado há largos meses, sem que os partidos da oposição mostrem desejo de reverter o processo degenerativo.
Os partidos da oposição e seus elementos em Almada mostram-se alinhados com a edilidade nesta agonia. As populações manifestam-se e declaram-se contra o metro e não há uma única voz da oposição fontalmente contra o mst e ao lado dos moradores, dos comerciantes e dos descontentes. Os que dizem ser oposição assumem posições de alinhamento disfarçado com o pcp/cdu. Recebem compensações?
Pois então definam-se de uma vez por todas e não apareçam oportunisticamente a solicitar o voto aos eleitores em vésperas das eleições a brincar às oposições.
Oportunistas por oportunistas chegam os instalados.Por isso a abstenção é elevada e os mesmos ganham e cantam vitória como se democratas fossem.
Apareceu há pouco tempo um deputado a falar contra o metro, mas perdeu o pio.
Resfriamento ou mal das cordas vocais?
Não se espantem se o PCP voltar a ganhar as eleições perante a vossa triste e debilitada posição e oposição colaborante com esse partido e seus eleitores.
Este texto bem podia ser escrito pelo MRPP nos nossos anos jovens!
Que saudades!
Banquetes, banquetes à parte e viva ó Velho!
É a nossa democracia no seu melhor.
Apoio o victor martin´s nas suas palavras.
Exmos Senhores
Sou eleitor do partido Socialista na freguesia do Monte de Caparica e conheço a maioria dos eleitos do nosso partido no Monte e por estas razões vou optar pelo anonimato porque nada me move contra estas pessoas, que darão o seu melhor pelo nosso partido e pela nossa terra.
Mas o que se passa nesta freguesia é uma vergonha.
Na última assembleia de freguesia a que me desloquei, assisti a elogios, por parte dos eleitos socialistas, à acção desastrosa que os comunistas levam à prática no Monte de Caparica, parecendo que os eleitos socialistas são coniventes com toda a acção desastrosa que tem vindo a transformar o Monte de Caparica num deserto de investimento por parte da Câmara Municipal de Almada, com a cumplicidade da Junta de Freguesia do Monte de Caparica.
Mas ainda mais grave são as situações que se vêem e se ouvem nas ruas, nos cafés, no mercado ou no cemitério.
São as ruas cada vez mais sujas, são as pessoas cada vez pior servidas, sejam elas utilizadores do cemitério ou do mercado, sejam elas vendedores ou consumidores.
Para além disto o que se ouve, meus senhores, é uma vergonha para o Partido Socialista, quando se ouve elogiar a acção comunista nesta terra. São as cunhas, os empregos para filhos e afilhados e amigos e todos eles com algo em comum, são todos camaradas do PC.
Correram com a pessoa mais competente que a Junta de freguesia tinha, para promoverem a mulher de um camarada, promoveram outro camarada para chefe das obras, que trata sempre da mesma forma malcriada os professores das escolas, os vendedores do mercado ou qualquer pessoa que se lhe dirige para apresentar uma reclamação.
E é esta a acção comunista que é elogiada pelos eleitos do partido Socialista.
Falem com a população, falem com os vendedores do mercado, falem com aqueles que utilizam o cemitério, falem com os funcionários, falem com a população do Serrado e com os socialistas que vivem lá.
Ouçam as pessoas.
Como morador do Serrado e votante socialista, acho estranho que a nossa oposição seja uma sombra do que pode ser, vendo o descontentamento que se verifica na população.
Aquilo que se ouve e se vê. As cunhas e os compadrio existentes. São demasiado graves para que o partido Socialista seja cúmplice.
Até que os eleitos socialistas sejam oposição a sério, que investiguem e denunciem as situações, não nos peçam o nosso voto.
Ao Partido Socialista cabe apresentar uma alternativa honesta e pelo Monte de Caparica à gestão do PC e então sim terão novamente o meu voto.
A oposição tem andado afastada das lides. Porquê?
Gostariamos de saber.
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