Em...Almada, o Ginjal.
Vergonha Diz-se que Salazar dizia que, se se quisesse que um problema não fosse resolvido, devia criar-se uma comissão para o resolver. Era a melhor forma de tudo ficar na mesma. E quem diz comissão, diz instituto, delegação, etc. Isto a propósito da querela entre o Instituto para a Conservação da Natureza e a Câmara Municipal de Almada por causa dos desprendimentos de rochas na falésia fóssil, entre o Ginjal e o Olho de Boi. Desprendimentos na falésia fóssil sempre houve, desde que me lembro de existir, o que já leva alguns anos. Quando eu era miúdo na Costa de Caparica, Santo António, etc., era um fartar vilanagem de casebres destruídos. Isso faz parte dos riscos e do preço a pagar por se instalar uma casa junto a uma falésia, penso eu, tal como ficar sem casa é risco calculado de quem vive junto a vulcões ou a leitos de cheia. Correm-se os riscos em nome de benefícios possíveis. O que me parece extraordinário é que se tenha deixado chegar essa autêntica pérola de arqueologia industrial que é o Cais do Ginjal, a um estado de degradação tão grande. E não venham dizer-me que aquilo está degradado porque caem pedras. É sabido que as câmaras municipais adoram espatifar dinheiro a encomendar obras de “arte” idiotas e a fazer publicidade a si próprias. Nisso, o panorama é geral. Agora, deixar degradar património histórico até à irreversibilidade, com a desculpa esfarrapada do défice, quando a revitalização da zona de que falo a tornaria num pólo de turismo e atracção que renderia muito dinheiro aos municípios e aos munícipes. Não, não é falta de dinheiro. É falta de vergonha!
Sem comentários:
Enviar um comentário