Em...Almada, a Praça da Renovação que era, agora Praça do MFA (Movimento das Forças Armadas).
Nesta foto, estamos de frente para a Av. D. Afonso Henriques que irá ser desqualificada com a via férrea, no seu eixo. Será que justificar-se-à continuar a chamar-lhe Avenida?
Futuramente com o canal ferroviário no seu eixo, fica reduzida a 50% já que metade, desde a Rua Lourenço Pires de Távora até à Praça do MFA não terá circulação de viaturas.
Até o Fundador da Nacionalidade irá ser penalizado com o diabo do comboio!
Depois aqueles 50% de circulação ainda serão reduzidos a menos de 25% para cada lado da via férrea. Adeus Avenida!
Vemos nesta foto uma Almada luminosa, limpa, onde o espaço público era usufruído pelos munícipes.
Aqui nesta Almada existiu um “espaço cultural” chamado Café Central, frequentado essencialmente por jovens, na década de 60, por estudantes que aí se encontravam para estudar, conviver, se distraírem, para trocar ideias, conhecimentos e vivências entre si e com alguns almadenses mais velhos. Passavam-se horas no "Central" desde as 9 da manhã às 2 horas do dia seguinte! Era essa a hora de encerramento.
Aí se fizeram aprendizagens, se tiraram cursos, se fizeram amizades, se namorou, se conspirou politicamente e se viveu uma parte da vida.
Desse convívio com os mais velhos, lembramo-nos de alguns almadenses, uns naturais, outros por adopção, que eram referências positivas da vida desta Almada, já falecidos : Jaime Feio, Francisco Bastos, Dr. Henrique Barbeitos, Dr. Roma da Fonseca, Dr. José Malheiro da Silva, Dr. Horácio Louro, Hélio Quartin, José Correia Pires, entre outros.
Aí se faziam e conviviam tertúlias onde os jovens aprenderam lições da vida, beberam cultura, se iniciaram em saber ser tolerantes, se inspiraram em temas de discussão e desenvolveram trabalhos dos seus cursos, algumas vezes recorrendo à extraordinária biblioteca do Jaime Feio, sempre disponível para uma conversa amiga, um conselho oportuno e diálogo com os mais jovens.
Esse “espaço cultural” já não existe. Almada não se renovou. Almada perdeu alguns valores.
Há quem tenha apostado numa cultura, uma cultura controlada e controleira que não entusiasma e não aglutina pessoas.
Em certos aspectos Almada deixou de ser um espaço público aberto ao diálogo livre. Houve a pretensão de introduzir em Almada uma cultural “oficial” municipal.
Hoje com a democracia, há quem queira pensar pelos outros e pretenda que os cidadãos deixem de pensar e participar na coisa política, na polis.
Eles que foram eleitos dizem que não fazem política, são isentos! Sabemos que não é assim
O cidadão se intervém está a fazer política. Claro que está! Como se fosse pecado intervir e fazer política. Quem há-de fazer política?
Confundem fazer política, com viver à conta da política. Talvez até seja isso, porque no fundo muitos eleitos não sabem sequer o que é fazer política ao serviço da comunidade.
Confundem alhos com bugalhos!
Afinal o homem não vive em sociedade?
O que será viver em sociedade?
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A Aguarela inserta é de Arménio Reis.Constitui uma sincera homengem ao Almadense nascido em Cacilhas, (completaram-se 10 anos sobre o seu falecimento no passado dia 5 de Fevereiro) que também frequentou o Café Central, e participava numa tertúlia, ao fim da tarde na década de 90, ainda com o Jaime Feio, o Francisco Bastos e outros almadenses.
2 comentários:
Será que podemos ter esse electrico aqui no Algarve é que nos dava muito geito
Realmente é pena ver o que Almada era na decada de 60 e 70 e o que é hoje (uma estação de comboios).Por mim façam o quiserem dela pois eu deixei de frequentar esta cidade de cultura e tertulias nas esplanadas da Praça da Renovação transformadas em linhas de comboios, mal frequenta por gente dos pircings, das tatuagens e dos bonés á noite (deve ser por causa da luz da lua que agora tem muitos raios ultra violeta. Saí de lá, não faço ideia de lá voltar e quem lá vive que se entenda com essa camara que desgraçou a cidade com a mania das politicas e "democracias". Aliás o unico sitio do concelho onde ainda se pode viver é na aroeira, o resto foi tranformado em guetos segundo uns amigos americanos que me visitaram recentemente. Desordenação total.
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